terça-feira, 15 de abril de 2014

O que podemos aprender com nossos filmes favoritos

Outro dia assisti, provavelmente pela milionésima vez, o filme Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller’s Day Off) e relembrei porque ele foi meu filme favorito por tanto tempo... Há, de fato, muitos motivos para gostarmos de um filme, um livro, uma música... Um deles é a história em si, outro, a “lição” que ele te passa, em outras tantas situações, há uma identificação com algum personagem ou com os fatos narrados. Acho que esses são os principais, sempre.

No caso de Curtindo a Vida Adoidado, acho que sempre gostei mesmo da “moral da história”. Claro que não tem nada de bonito em defender que estudantes matem aulas para fazer loucuras por aí, mas o principal é que a vida passa muito rápido. Se você não parar para curtir, em algum momento, não vai tê-la visto passar. Não é verdade?

Estava escrevendo esse post há um tempão, ele ficou arquivado pelas metades e eu acabei escrevendo um outro sobre a correria do dia-a-dia e os sacrifícios necessários (ou não?) pro nosso futuro.

Mas retomando o fio da meada, da fato, a vida é curta, passa correndo e não deveríamos desperdiçá-la com banalidades. Acho isso um exemplo, adoro o filme e espero poder mostra-lo pros meus filhos (e ensinar que matar aula é feio e errado...) porque acho uma boa moral da história mesmo.

Alguns dias depois, resolvi assistir um outro filme antigo, que eu também adoro, o “French Kiss” (acho que em Português foi traduzido para Surpresas do Coração), com a Meg Ryan e o Kevin Kline. É um romance bobo, água com açúcar e bem “sessão da tarde” que muita gente vai odiar, com certeza!

Mas eu sempre gostei muito. Antes, eu achava que era por conta da locação do filme, na França, mostrando não apenas Paris, mas o interior, um clima bucólico, encontro familiar, vinhedos e a beleza da produção do vinho....

Dessa vez, percebi que, na verdade, o que me fazia gostar mesmo do filme era um dos fatores que comentei lá em cima: identificação com o personagem.

Não tenho medo de avião, nem sou tão romântica e sonhadora como a personagem da Meg Ryan no filme. Mas gosto muito de duas passagens que fizeram eu me ver naquele personagem: em uma delas, ela explica que age conforme suas emoções – se está feliz, sorri, se está triste, faz cara de triste.... e em outra, ele comenta o “andar de menina” dela.

Bom, não sei se meu andar é de menina, mas tenho a sensação de que, por mais produzida e com um saltão que eu esteja, não consigo andar daquele jeito “mulher-adulta-sedutora” nunca na minha vida. E quando me percebo andando sem muita atenção, sempre acho que ando do mesmo jeito que quando tinha 12 anos, andava de tênis, moletom amarrado na cintura e jogava handebol....

Já a ação conforme a emoção, não sou daquelas pessoas extremamente emotivas e expressivas. Acho que consigo segurar em muitos momentos minhas emoções. Mas, até por isso, fui deixando de escondê-las por achar que isso pode nos fazer meio mal...

E, em geral, não consigo reagir de forma muito diferentes daquilo que sinto. Acho que não consigo ser hipócrita, fazer cara de quem adora aquela pessoa que a gente não suporta (e isso sempre, desde criança...), que achou brilhante uma ideia idiota ou banal e que respeita muito aquele que não merece meu respeito ou consideração.

E, cada dia mais, vejo que não consigo fechar minha boca e deixar de dizer aquilo que penso. Ainda que isso me traga problemas.

De fato, cada dia mais me vejo na situação de dar pitaco, opinião, deixar registrado meu pensamento, nos mais variados momentos. Se isso é bom ou não, não sei realmente. Eu gosto, acho bom, autêntico, mas sei que pode me trazer consequências indesejáveis.

Sei que a maturidade nos faz ver as coisas com um pouco mais de tranquilidade, com o passar do tempo. Não acho que meu jeito de ser implique imaturidade, necessariamente, mas pode ser que algum dia eu repense essa maneira de ser.


Por enquanto, eu vou vivendo, tocando, sorrindo quando estou feliz, fechando a cara quando não estou e dizendo o que penso. Claro que tenho algum bom senso e tento ser delicada em minhas colocações. Também não pretendo ofender ninguém com minhas opiniões (embora, às vezes, o faça...). Mas hipocrisia, deslealdade, falsidade, e coisas afins realmente não são características que eu pretendo inserir em meu dicionário de viver...

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