quarta-feira, 16 de outubro de 2013

...sobre mudanças... (e música!)

Volto a escrever depois de um longo “e tenebroso” período de silêncio e não, propriamente, inverno...

Neste período, milhares de coisas aconteceram, muitas conversas e profundas discussões foram travadas sobre os mais distintos aspectos da vida pessoal, social, cultural, etc....
Mas volto para escrever sobre algo que penso há tempos em colocar no papel. Neste caso, no mundo virtual: as mudanças pelas quais passamos ao longo de nossas vidas.

Há algum tempo, parei para refletir sobre as mudanças pelas quais eu passei, pessoalmente (ô redundância, hein?!). Morar há seis anos em Brasília, que não é uma cidade que eu escolhi para viver, e trabalhar exatamente no mesmo lugar por todo esse tempo, além de parecer algo absolutamente impensável para o meu “eu passado”, certamente me fez mudar. A pessoa que ainda pretende retornar para São Paulo hoje, com certeza, não é a mesma que chegou aqui seis anos atrás...

E isso sempre me causou uma leve insegurança, principalmente quando pensava sobre como seria o processo de retorno e de readaptação à minha cidade amada-idolatrada-salve-salve, já que minha rotina também não seria a mesma, morando e trabalhando em lugares diferentes...
Mas o barato é que esse tipo de reflexão me fez pensar no que mudou em mim nesse tempo todo. E vi muita coisa que não gostei. Hábitos que deixei de ter sem maiores motivos, tais como ouvir música.

Sempre ouvi muita música. O tempo todo. Ainda que não seja uma profunda conhecedora, música sempre ditou meu dia, minha rotina, marcou momentos importantes da minha vida. Há músicas que, até hoje, ouço e me fazem sentir como em um determinado momento da vida.

Com o tempo, infelizmente, isso foi sumindo da minha rotina. Sim, não consigo dirigir sem música. Quando dirigia em Brasília, ouvia Kiss, mas o sinal foi sumindo com o tempo (e já era super instável), o que me fez parar de ouvir rádio. Passei a ouvir CDs no carro. Diversifiquei também meu gosto. Passei a ouvir metal, o que eu não curtia muito quando era adolescente. E blues, novidade para mim...

Mas rádio mesmo, eu abandonei. No meio dessas reflexões, foi muito legal contar com a volta da 89, rádio que fez parte da minha vida de adolescente, em SP. Como agora a rádio é transmitida pela internet também, nada melhor que ouvir música boa em sua rádio favorita em qualquer lugar do país. Voltei a ouvir muito rádio. Em casa, no trabalho, no banho, etc...

Retomar velhos hábitos me fez bem. Me fez me ver também um pouco mais como a pessoa que sempre fui. Percebi que continuo “bocuda”, como sempre. Sou boazinha com todo mundo e tal, mas continuo aquela mesma menina birrenta que dá patada em quem não gosta, muitas vezes no melhor estilo “tolerância zero” e que ainda tem aquela mania de não gostar de alguém à primeira vista ou porque “o santo não bate”...
E vendo isso, percebi que a gente muda sim. Mas não muda tanto. Em essência, somos sempre as mesmas pessoas.

E mudar nem sempre é ruim. Também nem sempre é bom. Toda mudança é algo interessante, a ser enfrentada positivamente na vida.

Aí, um dia desses, ouvi essa música, do Vespas Mandarinas.

Nem preciso dizer que adorei. Justamente em um momento em que pensava em tudo que já fiz ou deixei de fazer em minha vida, ouvir uma música boa, com essa letra que elenca tantas coisas que alguém já fez na vida, obviamente, fez com que eu me identificasse imediatamente com a música. Até porque já fiz muitas das coisas mencionadas na letra. E não fiz outras tantas, evidentemente....

E a parte sobre fazer versão de rock uruguaio, claro, me chamou a atenção. Mas achei que fosse um episódio meramente biográfico do letrista, que depois vim a saber que é o Chuck Hipólito, aquele que foi VJ da MTV, que também acabou (mas isso pode ser assunto pra outro post...).

Mas, depois, soube que a música era uma versão tupiniquim para a música ya no sé qué hacer conmigo, da banda uruguaia El Cuarteto de Nos.

Com melodia boa e letra excelente, tanto em espanhol como em português, essa música tem habitado há tempos minha trilha musical íntima. Aquela que a gente fica cantarolando o tempo todo quando não está ouvindo música em alto e bom som! J